Isso não tem a ver com maternidade, mas vejam se não é uma faceta indigesta das “facilidades incríveis” que o mundo virtual nos oferece – inclusive na maternidade.
Como fiz uma festinha de aniversário para minha filha em fevereiro, pesquisei várias empresas de serviços, comidinhas, decoração e outras coisinhas infantis. Porque mandei alguns e-mails pedindo orçamento e informações para as que mais me agradaram, passei a receber as “novidades” dessas empresas. Ah, o bendito cadastro obrigatório...
Durante os preparativos da festa a gente até vai curtindo, pensando nas mil e uma opções de chapeuzinhos e cajuzinhos, que coisa fofa, que coisa meiga. Hum. Aí vem a festa. Hum. Supostamente, depois que o chão do play virar um mar de borracha e papel crepom, e a sua filha estiver com dor de barriga de tanto ingerir fritura e açúcar, você estará “por aqui” de ouvir falar em festas infantis e só vai pensar em língua de sogra no ano que vem, certo?
Doce ilusão, darling. A festa não pode parar, e o marketing digital é implacável: mesmo que eu não queria saber, eles fazem questão de me avisar – e seguem me avisando, sistematicamente – quantos animadores novos foram contratados essa semana, e quantos “combos” maravilhosos são oferecidos a um precinho camarada, e...
Peraí, mas eu nem contratei animação!
Não importa. Já sou “amiga” no Orkut de uma empresa que me prestou um serviço, e eu caí na bobagem de postar um comentário no site deles elogiando a equipe (que, realmente, foi impecável). Bom, quem mandou eu elogiar? Agora, terei que conviver com constantes “atualizações” de fotos de pula-pula, trenzinho disso e daquilo, piscina de bolinha... para não falar nas festas juninas e na Copa, é claro.
Tudo isso é absolutamente irritante, mas até compreensível. Se eu sou o público-alvo deles, vão atirar em quem? Ni mim!
Mas a maior vocês não sabem: comecei a receber também convites para participar de cursos e treinamentos em animação.
Já imaginou, eu de Rei Leão?
Canto, danço, sapateio e mordo!