Relato e dicas - viagem com bebê
Idade: 13 meses.
Destino: Europa (Viena, Salzburg e Praga).
Duração: 17 dias.
Ficha técnica
Produção: o pai, que viajou a trabalho e nos arrastou junto.
Direção: o pai, claro. Mamãe aqui é muito desorientada.
Atriz principal: Lara, nossa pimpolha.
Luz: Meus pais decidiram ir junto. Isso foi uma luz no meu caminho!
Figurino: Amigos que viajaram e trouxeram roupas de frio para ela, vovós e vovô que presentearam... E a mamãe aqui, que, modéstia à parte, arrumou a mala que foi uma maravilha.
Apoio: todos. Qualquer apoio é bem-vindo quando se viaja com um bebê.
CENA UM
Aeroporto com bebê
Nos aeroportos, estar com um bebê é um facilitador. Evita-se fila em check in, na Polícia Federal, etc. Passar direto é um alívio.
Mas aqui vão algumas dicas importantes:
1. Em caso de vôos internacionais/longos, você pode e deve solicitar um berço para o bebê na hora da reserva, além da refeição especial. Se viajar através de agência, peça e insista, cheque, confirme se o seu agente pediu MESMO o tal berço. No nosso caso, houve uma confusão e a agência havia reservado para “criança” em vez de “bebê”. Resultado: na hora do check in, tivemos a sorte de pegar uma moça bacana que conseguiu alterar os dados. Mas a comida que veio era para criança maior (hambúrguer, batata frita, chocolate). Segundo a moça do check in, isso não daria para mudar em cima da hora porque eles preparam as refeições com antecedência. Então, fomos a uma farmácia no aeroporto e compramos uma papinha da Nestlé, que ela odiou e acabou não comendo nada – mas, pelo menos, tomou a mamadeira e beliscou outras coisinhas macias das nossas próprias refeições. Dá-se um jeito, mas é sempre melhor prevenir e evitar estresse.
2. Para transportar o bebê no aeroporto, uma ótima idéia é levar o canguru. Isso porque o carrinho só pode viajar despachado junto com as malas. Então, na sala de embarque (e noutros aeroportos, em casos de conexão), só se pode entrar com carrinhos tipo guarda-chuva, mas aqueles muito leves – como a moça do check in explicou: “do tipo vagabundinho”. Esse, sim, pode ser levado como bagagem de mão. É sempre bom lembrar que as distâncias percorridas a pé dentro dos aeroportos, para desembarcar e fazer conexão, podem ser enormes. Se você despachar o carrinho, só o terá de volta no local de destino. E ainda precisa carregar as bagagens de mão!
3. No novo passaporte brasileiro não consta filiação. Portanto, não se esqueça de levar a certidão de nascimento do bebê. No check in a atendente aconselhou, e eu já tinha à mão. Acabamos não precisando apresentá-la em lugar nenhum no exterior, mas nunca se sabe!
CENA DOIS
Avião com bebê
Minha experiência foi com vôo noturno, o que recomendo. Lara dormiu praticamente o percurso todo. Dicas:
1. Atenção ao tamanho da criança: minha filha pesa cerca de 9kg e mede 75cm, e o berço que eles encaixam na parede à frente do assento tem limite de 10kg/70cm. Ou seja, ela ficou meio apertadinha e não acredito que possa fazer outra viagem nesse berço.
2. Na bagagem de mão, hoje não se pode levar líquidos (tem um limite em ml muito pequeno). Viajando com bebê, normalmente eles abrem exceção, mas se eu fosse você não contaria com isso e nem se preocuparia: no avião, é muito fácil e rápido pedir para encher a mamadeira de água mineral ou conseguir um suco.
CENA TRÊS
Nos hotéis com bebê
1. Nos hotéis, também é importante pedir o berço na hora da reserva. Para minha surpresa, os hotéis estavam lotados de bebês! Houve um engano numa das cidades, reservaram um quarto com cama de solteiro e foi difícil trocar na hora. Conseguimos.
2. O quarto acaba virando a sua mini-casa, então é bom ter paciência e senso de organização. A primeira coisa é separar um lugar para cada coisa: produtos de higiene, mamadeiras, comidinhas, roupas, sapatos, etc. Numa viagem o tempo corre demais, é sempre bom não ter que ficar pensando onde raios foi parar tal coisa...
3. Onde raios foi parar tal coisa? Isso você vai se perguntar a cada 5 minutos, por mais organizada que seja. Relaxe. Perdi e achei objetos dezenas de vezes, afinal, lugares estranhos, lençóis, cobertores, travesseiros, móveis que não são seus... e um bebê aprendendo a andar e mexendo em absolutamente tudo! Não espere milagres.
4. Alimentação. Se o seu bebê ainda não mastiga tudo facilmente, e também não come papinhas da Nestlé, alimentá-lo pode ser um pouco chato. Mas não é impossível. Como a Lara já mastigava, mas não estava acostumada a comer nada muito seco (sempre acrescentamos caldo de feijão, coisa que não tem lá), tivemos que improvisar: pedimos no hotel que fizessem uma sopa de legumes cremosa especialmente para ela, e acabávamos levando a sopa aos restaurantes e misturando com alguma outra comida - macarrão, filé de peixe, etc. Assim, dava uma molhadinha e ela comia legal. No final da viagem, já comia macarrão à bolonhesa tranqüilamente.
5. Limpeza e praticidade. Eu, que sou organizada e paranóica, levei, além da escovinha própria para lavar as mamadeiras:
- dois panos de prato;
- detergente (que improvisei enchendo um frasco menor de outra coisa cujo conteúdo tinha acabado, para não levar muito peso);
- sabão líquido próprio para as roupas de bebê (fiz o mesmo procedimento enchendo um frasco pequeno);
- Esponja de lavar louça.
Lavava as mamadeiras na pia do banheiro e enxaguava sempre com água bem quente (orientação do pediatra), o que me ocasionou queimaduras nas mãos logo nos primeiros dias. Portanto, sugiro luvas.
Para lavar roupinhas pequenas no hotel, eu as deixava de molho dentro de um saco plástico com o sabão líquido e um pouco de água. Horas depois, bastava esfregar um pouquinho, enxaguar e pendurar naquele varalzinho que muitos hotéis colocam sobre a banheira.
Também levei potinhos de diferentes tamanhos e formatos que me permitiram armazenar comidinhas e transportá-las quando necessário.
CENA QUATRO
City tour com bebê
Com um ano de idade, os bebês geralmente já são mais fortinhos e agüentam passeios relativamente longos. Por outro lado, também já podem ficar entediados e dar algum trabalho - ficar sem posição no carrinho, choramingar sem motivo aparente, querer desesperadamente alguma coisa que você, desesperada e longe de casa, nem imagina o que seja. E talvez não seja nada, só tédio mesmo.
A Lara foi ótima 90% do tempo, alegre, brincalhona e paciente, mas, às vezes, rolava um ataque-surpresa de insatisfação e parecia que nada iria resolver. E nada resolvia mesmo, só o tempo.
Dicas, dicas:
1. Tenha paciência. Não se iluda achando que o seu passeio vai ser igual ao de “gente grande” só porque o bebê não sabe falar (e quem cala consente). Às vezes, ele vai se expressar do jeito dele, e você vai se sentir absolutamente incapaz de agradá-lo. Sou uma péssima mãe. Que idéia de jerico eu tive. Pobrezinha, além de não aproveitar, ainda está com raiva de mim, agora sim eu ferrei com tudo e... Calma, paciência com você também! Numa viagem, tudo passa rápido: momentos bons e ruins. Portanto, trate de aproveitar os bons e só.
2. Invista num ótimo carrinho. Vale muito a pena. Nós compramos um Chicco em Viena que custou a metade do preço dele aqui no Brasil. Em viagem, é importante ter um carrinho que seja confortável para o bebê, tenha ótima suspensão e, sugiro, posições variadas. Se ele permite que o bebê fique bem sentadinho e também completamente deitado, melhor. Lara tirou longas sonecas (de 1:30!) enquanto rodávamos pelas ruas de Viena e bebíamos maravilhosos cafés. Não tem preço.
3. Faça jantar de supermercado: prático e barato! Já que o bebê dorme cedo e não se pode sair para jantar mesmo, uma dica boa é fazer compras em supermercados. Alguns têm opções apetitosas de comidas prontas, saladinhas, queijos maravilhosos, pãos inacreditáveis. Dá para fazer uma festa com poucos euros.
4. Finalmente (e não menos relevante): divirta-se e seja muito coruja. É ótimo ouvir elogios de como sua filha é linda nos mais variados idiomas e constatar que, sim, é fato!, ela é mesmo a criatura mais maravilhosa do universo! Hoho.
16 comentários:
Bíbe!
Que relato precioso!!!
Se me permite, gostaria de fazer umas perguntas:
1. Como vc esquentou o leite dela? E vc levou leite em pó daqui do Brasil?
2. Foi fácil comprar as papinhas da Nestlé?
3. Chegou a ir a museus? Eles permitem entrar com bebês? E as outras atrações turísticas, tipo igrejas, por exemplo, é tranquilo entrar com bebês?
4. E as fraldas? Comprou lá?
Ah... se eu lembrar de mais alguma dúvida, posso pescrever de novo?
Obrigada!
Bjs!
Daniele, querida, que bom poder ajudar! Escreva semopre, adoro.
1. Ela sempre tomou mamadeira com leite em temperatura ambiente, então essa do leite eu não vou saber responder... Mas acredito que elas esquentem no avião numa boa. Quanto ao leite em pó,levei 2 latas daqui e foi suficiente. Dei uma olhada lá só por curiosidade, e realmente acho que eu iria me atrapalhar se tivesse que comprar (tudo em alemão).
2. As papinhas que eu citei, comprei no aeroporto aqui do Rio, numa farmácia mesmo. Mas lá eu reparei que, nos supermercados, eles têm prateleiras imensas com muuuiitas possibilidades de comida infantil pronta - doces e salgadas. As doces ela comeu direitinho (papinhas de frutas, frutas com cereais, com iogurte etc), mas as salgadas eu bem que tentei... Não quis saber. Se o seu bebê come comida pronta, ele vai fazer a festa. Strogonofe disso e daquilo, nhoque, macarrão com carne, com queijo, risotos diversos... tudo naqueles vidrinhos iguaizinhos aos Nestlé daqui.
3. Entrei numa catedral com ela e foi tranqüilo. Em museu eu não entrei dessa vez, então não saberia responder... sorry.
4. Fraldas eu levei daqui, mas acontece que a Air France perdeu nossas bagagens (devolveram no dia seguinte), então tive que improvisar e comprar lá mesmo. Achei uma Pampers ótima, tem a medida em kg do bebê, exatamente como aqui, é muito fácil comprar.
Mais perguntas!
1. Como foi o banho? Você levou as toalhas dela daqui do Brasil?
2. E como foi acostumar com o fuso horário?
Meu filho não come papinhas prontas, mas acho que vou apresentá-lo a elas logo mais, para não ter problemas na viagem em setembro.
Dani,
seja sempre bem-vinda!
1. Levei toalhas daqui, porque sempre uso uma com capuz para enrolá-la ao sair e uma de fralda para secá-la. Levei duas de cada, mas acabei usando as do hotel mesmo para enrolá-la, eram ótimas. Para secar eu usei as de fralda que havia levado. Cheguei à conclusão de que só precisava ter levado essas, que, aliás, são bem mais leves do que as "com capuz".
Quanto ao banho, ela sempre toma no chuveiro com o pai - não pergunte como, mas ele consegue dar banho com ela no próprio colo, faz isso todos os dias desde que ela tinha 4 meses!! Eu fico ao lado alcançando xampu e sabonete e pego no final para secá-la e terminar o serviço.
Lá nos fizemos igual, sendo que, algumas vezes em que ele não podia, eu dei sozinha, assim: sentava na banheira com as pernas para dentro e ela ficava em pé, normalmente apoiada numa borda. E eu meio que segurando também, caso ela se desequilibrasse. Deixava ligado aquele chuveiro europeu (tipo "telefone") numa posição baixinha e mandava ver. Fácil e agradável!
2. Fuso-horário foi moleza. Ela entrou nos eixos logo no primeiro dia, e eu nem fui começando a acostumar desde o Brasil (como alguns sugerem). Apesar das 4 horas de diferença, tudo fluiu superbem. Mas eu também dou uma "ajudinha" disciplinando a rotina, ou seja, não deixo dormir o dia inteiro JAMAIS! Procuro mantê-la acordada nas horas certas e dormindo à noite, idem. Sempre funciona.
Seu filho terá quantos meses em setembro?
Adorei o seu blog Bíbe, até linkei no meu pra poder voltar sempre. Já o li por completo, foi de grande ajuda seus relatos sobre o enxoval do bebê...rs. E essas dicas de viagens são ótimas! Parabéns pelo blog e pela filhota, é claro!
Super beijo
Obrigada! Tão legal a gente poder ajudar. Sei como é não ter a menor noção do que vem pela frente e também adoro coisas como "relatos e dicas" de quem já passou por alguma coisa pela qual ainda vou passar.
Beijo e volte sempre!
Bibi,
Ele vai ter 15 meses em setembro.
Eu estava mesmo pensando em levar as toalhas-fralda para enxugá-lo, talvez eu faça isso que vc sugeriu, de não levar as com capuz.
Quanto ao banho, ele está bem acostumado a tomar banho na minha banheira (comigo dentro junto com ele), então acho que não teremos problemas quanto a isso. Além do mais, assim que ele começar a andar vou acostumá-lo a tomar banho em pé, no chuveiro (vai que no hotel não tem banheira...).
Quanto ao fuso, espero que seja moleza para mim também. O Adriano tem um rotina bem rígida quanto aos horários, e eu espero respeitar essa rotina na medida do possível na viagem.
Bjs!
Que post maravilhoso! Sempre te visito, e hoje resolvi te escrever.
Adorei o relato e as dicas!
Vou te linkar ao meu blog.
Beijo e obrigada!
Oi, Giovana (que Lucca mais fofo! Parabéns!!)
Eu que agradeço a sua visita e recadinho, adorei. Beijos.
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Daniele, já vi que a sua viagem com o Adriano vai ser um sucesso! Você tem hábitos que facilitam tudo. Beijos e aproveite muito!
Oi Bibi,
Minha filha também está com 13 meses, e pretendo viajar com ela em agosto onde estará com 16 meses. Mas estou na dúvida se vou a Bariloche, devido a neve. Mas vi seu blog, e você viajou numa temporada ainda fria na Europa, como foi a adaptação?
Olá,querida, adorei o blog!!
Parabéns a Lara é lindona!!
Bjss
Parabens pelo blog. Quero começar a escrever o meu sobre bebês e tava buscando outros sobre o tema. Todos meio sem graça, mas este é genial, bem humorado e bem escrito!
Olá Bibe!
Adorei sua história" Que bom que pelo menos alguém fala a verdade sobre fazer as coisas com bebês!
Estou cansada de só ouvir perfeição que não existe!
Parabéns por ser sincera e honesta nos seus relatos!
Adicionei ele em favoritos!
Beijos!
Oi, Adriana! Que maravilha saber que vc gostou tanto assim! Volte sempre, e boa viagem!
Beijos.
Oi, adorei seu blog, vou pra Europa em junho com minha bebe de seis meses. Voce viajou em qual classe no aviao? Na economica eles disponibilizam berço tambem?
um abraço
Juliana
Dicas...não importa quanto tempo faz. Vou para o chile com meu pequeno de 9 meses e aproveitei demais todo seu relato!
Muito obrigada
Bjos
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