Quando ela não quis pentear o cabelo
A ação decorre no quarto da menina, no período pós-banho. Mãe e filha estão em cena. Filha, um ano e meio, em cima do trocador. Mãe, 30 anos, à sua frente (pero no mucho).
Sinopse do argumento materno:
1. Minha filha, está na hora de pentear o cabelo.
2. Querida, vamos pentear o cabelinho agora?
3. Filha, bora pentear esse cabelo aê.
4. Filhota, a mamãe vai pentear o seu cabelo. NOW!
Não quer. Quer ela mesma “pentear”. Dou-lhe a escova na mão, ela se concentra e desliza nos cabelos, tão direitinho – mas com o lado certo voltado para cima. Acho uma gracinha e permito que brinque mais um pouco. Pronto, agora é hora de pentear de verdade. Ainda não quer. Faz nhé. Nhééé. Me olha, fulminante, com cara de não-sou-mais-sua-amiga.
Como sou mãe e não pega bem fazer “nhé” de volta, engulo o riso que quer sair e digo coisas que devo dizer. E sou tão organizada que digo em ordem.
1. Minha filha, está na hora de pentear o cabelo.
Agora ela cansou de ficar em cima do trocador, quer mamar, ver os passarinhos lá fora e dar a chupeta ao elefante cor-de-rosa – tudo ao mesmo tempo. E eu, que sou tão organizada, explico os antes e os depois, coisa que ela parece ouvir atentamente até que me faz uma pergunta crucial para o andamento do processo:
- Cai cai balão?
Agora ela quer cantar cai, cai, balão. Espera um minuto, a mamãe vai verificar em que ponto aparece essa música no repertório. Ah, sim! É justamente a trilha da cena em que a gente – adivinha? - penteia o cabelo.
2. Querida, vamos pentear o cabelinho agora?
Nisso ela está mordendo o cabo da escova, irredutível, e procura mosquitos no teto. Penso em quanto tempo já perdemos com isso, a hora marcada no pediatra, será que eu já peguei os documentos?
3. Filha, bora pentear esse cabelo aê.
Tiro a escova da mão dela, o que desencadeia um protesto melódico em forma de choro artístico, de modo algum convincente, mas suficientemente alto. Como sou mãe e não posso devolver melodias não convincentes, afino minha goela e mando um dó aveludado, prudente, central, materno e decidido.
4. Filhota, a mamãe vai pentear o seu cabelo. NOW!
Chegamos ao pediatra com 10 minutos de atraso. Ela ostentando um topete estilo arbusto e eu, com a maior cara de ópera, disfarçadamente assobiando em lá maior.
14 comentários:
HAHAHAHA,parece que estou vendo as duas, frente a frente, em duelo mortal. Não te assustes, minha filhinha, é assim mesmo (sei que odeias qd digo isso). Mas garanto que as duas sobreviverão. Com muito amor.
bjs
Conheci hoje teus escritos... estou encantada! Cada linha que leio, me lembro das fases pelas quais já passei (li alguma coisa tua sobre lembranças aqui...)
Não tive tempo ainda de ler tudo, porque a minha pequena (que já é uma mocinha, 5 anos...)dá o que fazer!
Parabéns, guria!!
Oi, Maria, seja bem-vinda ao casaquinho! Obrigada pelos elogios, fico lisonjeada!
:o)
Impressão minha ou vc também é gaúcha, guria?? Beijos.
oi, manhê! Thanks pela força, hihi.
Adorei a narrativa!
Parabéns!
Hahahahahaha!!!
Adorei!
Ela é muito safada, né?
Lindo roteiro.
bjs,
besotes despenteados! :o)
Essas crianças aprendem na mesma cartilha?
Hahaha a Lara é uma figura!!!
Quando não quer algo vai até o fim né! hahaha
Beijosssss saudades!
Pois é, meninas! Essa danadinha é um filme pronto, e estréia aqui cada dia uma novidade.
:o)
Fernanda, eu ri muito com o seu "sutil" comentário! Kkkkkk!
Beijos!
então, na próxima terça-feira, o CineMaterna irá conquistar mais uma sala de cinema,o Cinemark do Market Place, e terá uma sessão especial , só para convidados, o filme é MammaMia, se você quiser ( ou puder ) ir está mais do que convidada!
Só preciso da confirmação por email do seu comparecimento, e do bebê lógico hehe pra mandar pro pessoal do CineMark colocar na lista ( olha que chique! ).
meu email : anna_karina7@yahoo.com
qualquer dúvida entre no site www.cinematerna.com.br
beijos e te espero lá...
Sim, sou gaúcha!! Sou de Porto Alegre, e tu?
beijinhos ♥
muito bom!
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