terça-feira, 10 de março de 2009

Gravidez precoce, consumismo, alienação... E a chave da casa

O documentário “Criança, A Alma do Negócio”, de Estela Renner e Marcos Nisti, mostra relevância e nos causa uma justa preocupação já no trailer (abaixo).



Assim que acabei de assistir ao vídeo, imediatamente me lembrei de uma reportagem que li esse fim de semana no Globo. Assunto: crianças que trocam horas de videogame por livros com mais de 300 páginas. Nas entrevistas, exibindo seus livros “grossos” e contabilizando as histórias já sabidas, os leitores mirins demonstram ser crianças absolutamente normais. Nenhum gênio, nerd ou partidário do isolamento social. Um deles confessou ter lido durante um recreio, na escola, mas não gostou. É consenso: o melhor lugar para ler é em casa.

Muitos devem ter pensado: “mas esses são a exceção da exceção, a maioria prefere encher a cabeça e o estômago de tranqueiras inúteis que geram dependência, doença, alienação...”. Acho que é justo, humano e produtivo direcionar os holofotes para aquilo que nos incomoda, mesmo que cause preocupação, culpa, pânico. Iluminar ajuda a pensar, avaliar e propor novas saídas para antigos e novíssimos problemas.

Mas havia, no final daquela reportagem, um pedacinho de frase que revela uma das chaves, talvez a mais simples e delicada do trabalhoso processo de educar. Uma menina contava: “Gosto de ler antes de dormir, no quarto, quando meus pais estão lendo.”.

Crianças aprendem, antes de tudo, por imitação. É preciso jogar luz no exemplo – a nossa verdadeira “chave da casa” -, e parar para refletir até que ponto as nossas ações são condizentes com o nosso discurso, independentemente da mídia, da indústria, do comércio, das tias, dos primos, dos amigos e demais influências a que estamos sujeitos. Não é nada fácil (quem gosta de se criticar? E quem consegue mudar velhos hábitos?), mas me parece fundamental; de outro modo, estaríamos sempre acusando o “mundo externo”, estupefatos e indignados no espinhoso desconforto da nossa poltrona de espectadores.

2 comentários:

Lin disse...

Bibi,
Muito feliz a sua abordagem nesse tema tão delicado que é a educão infantil e a formação do adulto. Você toca em dois pontos fundamentais na educação de nossas crianças: Uma com o vídeo que é a necessidade de uma legislação de proteção e outra com a postura e comportamento dos pais que influenciam as atitudes dos filhos. Sugiro uma campanha onde os pais sejam orientados a acionar o CONAR - Conselho de Autorregulação Publicitária, sempre que se sentirem agredidos pelas propagandas.
Parabéns!
Garnde abraço.

Unknown disse...

Oi Bibi, tudo bom? Sou Giovanna Carvalho da Edelman, agência de comunicação da Symantec. Vi que você publicou esse documentário sobre a relação das crianças com a TV e achei que você pudesse se interessar pelo Norton Online Living Report, uma pesquisa realizada em 12 países que aborda, entre outros temas, o comportamento online da criança e do jovem e o que os pais estão fazendo para acompanhar essa vida virtual dos seus filhos. Os dados são bastante surpreendentes e eu posso enviar uma apresentação dessa pesquisa. Caso você tenha interesse, basta me enviar um e-mail: giovanna.carvalho@edelman.com
Abraços.