quarta-feira, 6 de junho de 2007

A manicure acelerada

Peguei a manicure mais lerda do universo. Primeiro olhava bem meu dedo. Um só. Mirava, refletia, ponderava. Fungava e reclamava do clima. Só então posicionava a lixa, mordia o lábio inferior – eu imaginando: agora vai! -, mas aí algum outro pensamento lhe invadia a alma. Ela se distraía.

- Você quer a unha quadradinha, né?

Sim. Quadradinha. Pela décima vez! Eu devo ter uns 30 dedos, porque aquilo se arrastava pela tarde afora. Você sabe há quantas semanas eu planejava ir ao salão, mas me faltava tempo? Não, ela não devia saber – meus preciosos minutos iam sendo carcomidos junto com a cutícula (que ela teimava em roer com aquele alicate sem fio).

A propósito, ainda não entendi como as mães conseguem fazer o dia caber em 24 horas – com direito a comida, bebida, sono, trabalho, diversão e algum esporte. Tenho feito escolhas que me parecem absurdas: engulo uma barra de cereal agora ou ligo para a minha mãe? Rápido, decida-se. Cereal ou mãe? Pegar ou largar!

Geralmente acabo optando pela barrinha, porque essa tal amamentação dá uma fome desmedida (e a minha mãe não tem carboidrato). Mas, voltando à manicure, fui avisando:

- O pé não vou pintar.

- Nem passar uma base??

- Nem.

Devia ter ficado quieta, mas resolvi explicar: “É que estou com um pouquinho de pressa, e...”.

- Ah! Nãosepreocupanão queeuvou acelerar!!!

Não queira saber. A manicure mais lerda do universo, depois de engatar uma quinta com o seu alicate cego, tornou-se rapidamente a açogueira mais tresloucada do mundo.

Se juntar todos os 30 dedos que eu tinha quando cheguei lá, deve ter sobrado dois ou três em razoáveis condições de uso.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Amenidades

Já sei. Deveriam inventar calças de bebê descartáveis - para as horas de vazamento das fraldas. E mantas descartáveis, para quando as calças também vazarem. E lençóis de berço descartáveis, para quando até a manta for...

Estou ficando um pouco neurótica, abafa.

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Agora estamos numa verdadeira guerra para conseguir tirar uma foto dela sorrindo. Já sorri desde os dois meses (eu juro!), mas como vou provar? Hoje em dia, tudo requer prova.

Acontece que a bendita máquina joga uma luz vermelha direto no rostinho dela, e tudo que acabo conseguindo são dois olhos arregalados e um belo susto na hora do flash. Irão dizer: leva a menina para a rua! Sei, já tentei. O problema, então, é que ela se distrai com a própria máquina – aquele quadradinho prateado que a mamãe aponta para mim.

Quis dar uma de esperta e resolvi filmá-la. Assim, teria mais chance de captar um sorrisinho. Pois me apliquei – fiz mil caretas, fiquei vesga, pus a língua para fora, até lamber a câmera eu lambi (no desespero!). Nada. O resultado pífio foi esse videozinho que vocês podem ver aí do lado. O máximo que consegui foi um espirro (ainda vão dizer que deixo a guria passar frio, pensei, mas publiquei mesmo assim em respeito ao meu patético esforço fracassado).

Vejo e revejo o vídeo duzentas vezes por dia. Bah!, é linda de qualquer jeito.

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Hoje, no Rio, a madrugada foi a mais fria do ano: 10 graus no Alto da Boa Vista.

Minha mãe está no RS e diz que lá tem sido difícil até lavar o rosto. Eu acredito. Para quem não sabe, sou uma gaúcha que mora no Rio há nove anos. Perdi completamente a resistência para aquele frio de rachar, confesso.

É por isso que eu digo: Leve um casaquinho!!!

PS (para quem é do Rio): Você viu que eu colei a previsão do tempo aí do lado?

domingo, 3 de junho de 2007

Saudades de bebê



- Aproveita bastante, porque passa muito rápido!

É a frase que mais ouço depois dos elogios feitos à minha filhinha. Quero contar um segredo: tenho saudades, já!, do tempo em que ela era recém-nascida. Mas ainda nem fez quatro meses! E mais: sinto também uma estranha saudade adiantada – do tempo em que ela será uma meninota linda a dizer gracinhas na fila do banco para me distrair.

Saudade é um bicho torto e sem sentido, assim mesmo. Ele ataca, quando a gente menos espera, espetando os bigodes numa bochecha desavisada que recém sorriu de alguma lembrança boa ou tola. E a saudade também é boa ou tola (ou ambas).

Não dá para evitar. Mesmo que a gente aproveite 100% do tempo presente – como se isso fosse possível! -, o fato de haver futuro e memória implica em saudade. Que remédio?

Para saudade não há remédio. Vejo mães se derretendo de saudades de seus filhos quando eram bebês; elas topariam engravidar agora? Nem pensar! Ao mesmo tempo, adoram ter os filhos já criados. Vão esperar pelos netos – e mimar muito, apertar, morder, fazer gorrinho de tricô e... morrer de saudade outra vez.

Ter um bebê em casa é um luxo. Você acorda e tem aquela coisinha cor-de-rosa descobrindo o mundo; como não descobrir junto? É o luxo da renovação, do reinício, dia após dia uma novidade diferente. Vai deixar muita saudade, sim, do cheirinho, dos barulhinhos, das mãozinhas, dos pezinhos...

A vida vai para o diminutivo e aumenta a gente.

PS: Na foto é ela - minha filha, com 11 dias. Passa voando.

Música, maestro! – Brilho e bom gosto na web

Um lugar onde a gente pode ouvir as melhores músicas, trocar idéias com pessoas interessantes, receber informações preciosas do mundo das artes (e absorvê-las com prazer e naturalidade), saber de curiosidades sobre a origem das palavras, participar de enquetes, assistir a vídeos comentados por quem entende do riscado... E tem até link para receita de ambrosia!

Isso existe?

Existe, e a minha filhota já é sócia do papai. Passe você também pelo Clube do Maestro.

sábado, 2 de junho de 2007

Estética pós-parto

Pele

Acabo de chegar do supermercado com um sabonete “fórmula firmadora” (um quarto de creme blá blá blá colágeno blá blá elasticidade blá blá). Não acredito em nada disso, mas – diacho! – comprei assim mesmo.

Ora, uma mãe tem que ser firme. Acho eu. Blá.

Cabelos

Ontem, durante o banho, retirei uma peruca (!!) da minha cabeça. Quando olhei minhas mãos, foi difícil acreditar. Fala-se muito sobre a queda de cabelo pós-parto, mas eu achei que pudesse escapar com vida... Que nada.

Se é verdade que os filhos nos fazem perder os cabelos, a minha começou cedo.

Corpo

Mentira que ter filho deixa a mulher baranga. Careca, sim – baranga, NÃO! Voltar ao peso anterior é rápido e você nem sente, sobretudo se estiver amamentando (amamentar emagrece realmente!). Fora o trabalhão que dá...

Claro, exercício físico – assim que o médico liberar - ajuda muito.

Barriga

Eu achava, por pura ignorância, que a minha barriga iria ficar molenga depois do parto. Não ficou. Sim, perde o tônus, mas fica uma barriga normal (de alguém que não malha), e não aquela coisa pelancuda e flácida que eu imaginava. É verdade que me cuidei muito durante toda a gravidez, engordei só o mínimo (8,7kg) – o que, além de ser aconselhável para fins estéticos, também é hoje recomendado pelos médicos para a saúde do bebê, da mãe e para um parto sem riscos.

Pois a disciplina valeu a pena. Quando eu estava grávida, ninguém dizia que eu estava grávida. Quando fui ter bebê, ninguém dizia que eu ia ter bebê. E, quando saí da maternidade, ninguém dizia que eu tinha tido um bebê.

Eu acho ótimo assim – ninguém dizia – porque, quando as pessoas podem dizer, elas DIZEM. Hoho.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Sempre alerta (até demais!)

Já aconteceu vááárias vezes: estou sentada no sofá da sala, escuto um ruído (pode ser uma porta rangendo, qualquer coisa) e fico alarmada – será que ela está chorando no berço?

Impossível. (Porque ela está aqui mamando no meu peito!)

Amamentação




A amamentação é um processo complicado nas primeiras semanas. Dói, incomoda, gera uma insegurança enorme. Não sabemos se o bebê está pegando o seio corretamente, se o leite produzido é suficiente, se o tempo que ele leva mamando é adequado e, principalmente: será que essa confusão vai durar para sempre?

Vai é passar muito rápido. Recomendo veementemente a pomada americana Lansinoh, feita de lanolina pura, já à venda no Brasil. Um tubo de 56gr custa, em média, R$70,00 – e dura muito! Eu só comprei um, usei todo e depois não precisei mais.

Depois de superada a fase inicial, a gente nem se lembra mais das dificuldades.

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Confira alguns benefícios, segundo pesquisas recentes (fonte: Revista Crescer – out./2006):

Crianças que mamam no peito têm três vezes mais chances de sobreviver em países em desenvolvimento, segundo a Unicef.

Mulheres que recebem orientação de especialistas em amamentação tendem a se sentir mais confiantes no papel de mãe e a fortalecer os vínculos com o bebê, segundo estudo sueco.

Pesquisa finlandesa com bebês nascidos em 1970 mostra que os que foram amamentados se tornaram menos estressados.

Estudos brasileiros confirmam que a presença do pai ajuda a aumentar o período de amamentação.

Pesquisadores ingleses indicam que a amamentação é benéfica para a pressão arterial dos bebês.

Segundo a revista americana Pediatrics, bebês amamentados até pelo menos 3 meses, mesmo com uso de complemento, são menos propensos a fazer xixi na cama no futuro.


* Leia aqui as 12 atitudes que fazem a diferença na amamentação.