sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Parto sem dor

Eu estava em dúvida entre parto normal ou cesárea. Minha mãe teve dois filhos (gosto quando ela diz “quando eu te ganhei”, adoro o ganhei), ambos de parto normal, e ela sempre se referiu a isso como uma dor perfeitamente suportável, nada de mais. Mas eu sei que não é assim para todas.

Conversando com o meu (ótimo) obstetra e me confessando absolutamente ignorante nos detalhes técnicos dos tipos de parto, me lembro de ter ouvido dele:

- Você vai ter o que quiser, do modo como quiser. E essa história de parto normal com gritaria e sangue no teto é coisa do passado, viu? Hoje em dia não tem nada de mais.

No fim eu não pude escolher e tive de fazer cesariana, mas tudo correu tão naturalmente que eu não diria se tratar de um parto “anormal”. Nem mesmo a recuperação – que todo mundo dizia “óóó!” – eu achei tão ruim assim.

Portanto, não torço para time algum, não tenho convicções a respeito e nem quero ter. Ponto, parágrafo.
***


Chamou minha atenção essa entrevista com o anestesista americano Gilbert Grant, na Veja dessa semana. O médico tem praticado há 15 anos o seguinte método: antestesia peridural em doses progressivas, ao longo de todo o trabalho de parto. Normal. É o parto sem dor e trauma, garante.

Aqui no Brasil essa prática é rara; em alguns casos, por preconceito ou fatores culturais e até religiosos. Mas também pode ser falta de acesso à informação: o próprio médico admite que, até três anos atrás, acreditava-se que a mulher anestesiada com menos de 4 cm de dilatação poderia ter problemas com a progressão do parto. Hoje, sabe-se que pode ocorrer justo o contrário – e a anestesia estimular a dilatação. Dessa eu não sabia.

A matéria é muito interessante e merece ser lida. Ele explica sobre a evolução da anestesia peridural (tira a dor, mas não a capacidade da mulher de fazer força para o bebê sair – se aplicada na dosagem certa para o método), fala sobre os efeitos negativos do sofrimento no parto e afirma que não deixa nenhuma mulher que ele conheça e ame dar à luz sem anestesia, porque já presenciou milhares de partos e sabe bem a diferença.

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Bom para refletir: “Recentemente, uma paciente minha tentou o parto normal durante horas, inclusive com peridural a partir de certo ponto, mas não conseguiu e foi preparada para a cesariana. Quando perguntei como se sentia, respondeu: ‘Eu sou um fracasso’. Ela estava a minutos de ter um bebê lindo e não conseguia viver a beleza do momento pelo excesso de rigor consigo mesma.”
Gilbert Grant, médico

7 comentários:

Anônimo disse...

Sabe Bibi, penso da mesma forma que vc. Eu tinha pensado em parto normal, mas também não pude escolher (meu bb, hoje com 1 ano e 10 meses completos amanhã, nasceu de 8 meses), mas senti as "dores" das 2:00 h. às 8:00 h. Como não tinha dilatação, foi cesárea mesmo. E não me arrependo. Foi ótimo o parto e a recuperação idem. Não sou a favor de um nem de outro. Tenho dito a algumas amigas grávidas que não se assutem: não é o fim do mundo. Nem algo próximo a isso. Minha mãe teve 3 partos normais ótimos. Eu tive uma cesárea ótima. Então, sei que Deus providencia o melhor a nós. Especialmente nessa "hora" tão linda!

bibi disse...

Angélica (parabéns pelo "mesário" do baby!!), eu também senti as "dores" igualzinho a você. É bom saber que mais gente teve uma experiência parecida e pensa assim, sem fazer do parto um óóóó! Porque a gente ouve tanta história do tioi óóóóó quando está grávida... coisa completamente dispensável.

bibi disse...

Corrigindo: "a gente ouve tanta história do TIPO óóóó!!!"

(Meu teclado está o ó!)

Anônimo disse...

Oi Bibi, tudo bom?

Tentei encontrar seu e-mail de contato aqui, mas não achei. :/

Estou trabalhando em um projeto para a Huggies e a gente fez uns mimos pra esse lançamento... estou falando com umas mamães que têm blogs legais pra darem uma olhada neles em primeira mão!

Acabamos de lançar um bebezinho que fica andando no desktop do pc. Além de ser super fofo, ele é útil, porque é tipo uma agenda virtual. Dá pra ver uma prévia do bebezinho aqui http://br.youtube.com/watch?v=-y010k9NlcI, tá parecendo de verdade!

Pra baixar, é só ir lá no site www.fraldajeans.com.br, que está bem legal também.

Achei que você ia gostar!

Obrigada!

Anônimo disse...

Oi Bibi,
Bobre essa matéria na Veja, eu tb li e acho que vale aqui apenas um comentário a mais: a dor do parto, ao contrário de todas as outras, não é uma dor de sofrimento - é uma dor de felicidade tremenda! Não há como ter uma experiência traumática no parto normal, conforme esse médico americano relatou, porque os sentimentos e emoções envolvidos no parto natural são positivos e não negativos...
Independente de qualquer coisa, respeito a opinião e decisão de todas as mães e acho mesmo que temos que escolher o método que nos deixa mais seguras e tranquilas pra curtir o momento de dar a luz. Mas se começarmos a ler sobre o assunto, veremos que até mesmo a dor é necessária na hora do parto e ela é uma das responsáveis pela liberação de uma série de hormônios que são ativados no momento do parto, quando ele ocorre de forma natural. Papai do céu não ia fazer nada tão imperfeito e assustador assim, não é? rsrsrsrs.

De qualquer forma, achei legal ler os depoimentos do seu blog e achei que esse meu comentário poderia levar algumas futuras mães a refletirem sobre assunto e pesquisarem mais, não deixando serem influenciadas por apenas uma matéria da Veja.

Beijosssss,
Raquel.

bibi disse...

Que máximo, Raquel, obrigada pelo comentário e pela valiosa contribuição! Assim a gente enriquece a reflexão, com certeza.

Beijos!

Roupas de Bebe disse...

Oi Bibi! Meu nome é Ana Paula e gostei muito de conhecer o seu Blog. A minha experiência no parto da minha filha foi meio traumática. Cheguei no hospital às 7h da manhã, e o parto somente ocorreu às 12:15h! A obstetra demorou demais para chegar, e enquanto isso sofri dores dilacerantes, com apenas 2,5cm de dilatação, ou seja, tinha que ser cesárea. Tomei soro durante esse tempo e banhos de água morna para tentar relaxar, mas ainda assim sofri dores torturantes. A recuperação pós-parto foi ótima, apesar das dores nas costas e pernas inchadas. Hoje, a Giovanna está com 5 meses e meio. Visite o meu blog quando tiver um tempinho. Bjs. Ana Paula.