domingo, 7 de junho de 2009

Dicas para uma boa refeição infantil

Uma leitora deixou comentário aqui, há alguns dias, e terminou pedindo dicas sobre comportamento durante a alimentação. A filhota dela tem um aninho e come direitinho, exceto quando está com... os pais!

Espero que você me perdoe a demora e a falta de cerimônia em responder aqui, via post. (Nem vou dizer seu nome, já que não pedi autorização!) É que sempre acho que as dicas podem ajudar outras pessoas; assim, vamos usando o blog como uma conversa colaborativa e bem mais interessante do que uma falação em mão única.

Como vocês sabem, não sou especialista em comportamento infantil – longe disso. Fica combinado, então, que meus palpites serão totalmente subjetivos, resultado de observação e experiência, além de alguma leitura (sou chegada a um manual de instruções, ninguém é de ferro!).


Rotina e rituais

Para o bebê, ter uma rotina é sempre muito importante. Na hora da refeição, acho fundamental. Sei que, às vezes, é difícil manter tudo igualzinho, como se fosse um ritual, mas o esforço pode valer a pena. Tente reparar se, quando vocês fazem parte da refeição, o ambiente segue sendo o mesmo de quando ela come com as outras pessoas: a “introdução” (parar de brincar, lavar as mãos...), as conversas (“agora vamos almoçar”) e a própria preparação da comida. Ela espera muito tempo enquanto a refeição é feita? A minha sugestão é: preserve os rituais. Mesmo que várias pessoas ofereçam a comida, ainda assim é possível manter a rotina do “evento”. Nos mínimos detalhes.

Estabelecer (e manter) as regras

Como você disse que já tentou de tudo, aqui vai outro pitaco: tente um pouco menos! Acho importante dar opções à criança, mas também é preciso impor limites; e, com um aninho, esse trabalho já produz resultados incríveis em poucos dias de empenho.

Se ela quiser escolher entre comer primeiro o arroz e depois o feijão, ou vice-versa, ótimo. Mas precisa ficar claro que ela não pode escolher não comer, ou não comer na cadeirinha (se essa for a regra na sua casa). Querer escapar da cadeira é muito natural nessa fase, porque elas estão transbordando de energia e precisam de espaço, movimento, liberdade. Por outro lado, se formos flexíveis demais, a refeição pode virar uma gincana onde a comida vira só um mero detalhe.

Estou de acordo com o livro da Encantadora de Bebês, que sempre cito aqui. Ela aconselha a tirar a criança da cadeirinha ao primeiro sinal de “mau comportamento”, nos seguintes termos: ok, então isso significa que você não quer comer e acabou-se a refeição. Após um tempo, dê mais uma chance e tente iniciar o evento outra vez, mas sem perguntar se ela quer comer. Apenas informe que está na hora da refeição, vamos subir na cadeira, etc. Se, mais uma vez, a criança se mostrar revoltada, desista. Tenha sangue frio e diga: tudo bem, você não tem fome agora, vamos aguardar até a próxima refeição.

Detalhe fundamental: não vale dar lanches, biscoitos e petiscos entre as refeições para compensar! Eu sei que não é fácil, mas acreditem: eu já testei. E funciona mesmo. Costumo dizer que criança que come pouco não me preocupa, comer mal é que é perigoso. Se ela tiver fome, vai comer. E dentro das regras estabelecidas, se conseguirmos ser constantes com a rotina e claras nas exigências. Sem exagerar, é claro.

Manter a calma

Mais uma citação da Encantadora de Bebês, dessa vez literal: “Depois de 1 ano, seu filho pode descobrir que o fato de não comer é uma arma que pode ser usada contra você. Se você for ansiosa, antes dos 15 meses ou mesmo antes ele controlará seus sentimentos. E, como você prevê que ele fará um escândalo a cada refeição, o ambiente já fica desagradável.”

Mesmo que nunca tenha havido escândalos, e que a situação não esteja tão grave, penso que vale o sábio conselho de manter a calma, respirar fundo e começar cada nova empreitada como se fosse a primeira vez. As crianças sentem “no ar” se os adultos estão inseguros, cheios de dedos ou temendo algum comportamento inadequado. Isso é particularmente difícil para mim, que tenho tendência a querer controlar tudo e prever todos os desastres possíveis à minha volta antes que eles aconteçam, para não ser pega desprevenida. Com a maternidade, tenho aprendido que essa é uma defesa que não protege. Pelo contrário. Em 100% das vezes, o melhor resultado se dá quando consigo me desprender do controle excessivo e, simplesmente, deixar rolar. Dou o tempo de ela experimentar, errar ou acertar, mas no tempo dela.

Sem jogos e persuasão

Durante as refeições, o ideal – ainda segundo a autora - é evitar os jogos e a persuasão. Se você tenta convencer seu filho a comer, e ainda demonstra ficar chateada se ele não aceitar ao menos uma colherada, ele entenderá que pode manipular os seus sentimentos com a (não) alimentação, e isso é péssimo. Não é que a criança esteja mal intencionada; ela ainda nem tem o discernimento para arquitetar maldades dessa categoria. Apenas age por uma simples percepção de causa e efeito: quando não como, mamãe fica chateada. E por aí vai montando seus tijolinhos, conforme oferecemos a liga.

Sem precisar de aviõezinhos ou empurrõezinhos, o melhor é tornar o assunto principal interessante – afinal, também queremos emplacar uma boa educação alimentar, e é bom ver os pequenos encantados com o verde do espinafre e o amarelinho do milho. Conversar sobre as características da comida é ótimo e concentra a atenção naquilo que interessa.

***

Vou parando por aqui, e volto a qualquer momento em edição extraordinária. Espero que meus palpites sirvam para as mães que estão passando dificuldades para alimentar seus filhos com tranquilidade. Se alguém quiser contribuir, comente aqui que eu incorporo as sugestões no próximo post!

Beijos e boas comidinhas.

6 comentários:

Paloma Varón disse...

Não fui a autora do desbafo, mas concordo com as suas (e as da Encantadora) recomendações. Rotina é tudo. E nada de ansiedade (essa era a parte mais difícil para mim, mas agora superei - pelo menos no quesito alimentação). Beijos!

Anônimo disse...

Bibi, adoro seus textos e os acompanho desde a minha gravidez, quando uma amiga me recomendou. Isabela nasceu pouco depois da Lara e eu me identifico com praticamente todas as suas estorias, dicas, etc. Bom, estou passando pela fase que considero a mais dificil ate hoje, que eh a da retirada de fraldas. Tem alguma dica sobre este assunto? Obrigada.

Thaís Rosa disse...

boas dicas bibi! tenho um filho de 1 ano e 2 meses, e às vezes me pego ansiosa demais no momento da alimentação... ainda me falta autocontrole! mas as dicas sobre a rotina e o foco na comida fazem todo sentido. Mais dicas sobre esse tema são super bem vindas!!

Mãe da Elisa disse...

Eu também já li e reli as dicas da Encantadora de Bebês, porque são úteis e realistas, muitas realmente funcionam, com cada bebê do seu jeito, claro. Minha Elisa está com 10 meses e come bem, mas cansa rápido. Acho que é natural. Ela geralmente fica mais manhosa no jantar, que é comigo, do que no almoço, que é com a vovó. Acho que é manhã de mamãe mesmo, não? Continuo oferecendo a papinha com os ingredientes misturados, será que já é hora de separar?!

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Sara disse...

É sempre bom encontrar essas coisas na internet eu acho que eu tenho que manter a leitura desses blogs enquanto espero a minha comida em a figueira rubaiyat