Adélia Prado - o melhor que a gente puder fazer
Ontem eu estava correndo na esteira, olhando meus cabelos espetados no espelho (precisando corte), suando em bicas e queimando os miolos atrás de certas soluções profissionais para questões urgentes, e com a mesma urgência me cobrando reflexões elaboradas sobre o problema que o homem do jornal na TV anunciava, e o convidado emendava uma explicação que não me convencia, mas era formado em Londres e o diabo a quatro, e meus cabelos sugerindo antenas que já quase tocavam o teto (ao menos assim imginei)...
Pois cheguei em casa, pus minha bunda na poltrona e fiz coisa bem melhor. Fui me aconselhar com Adélia Prado, escuta só:
“Eu tenho pra mim, depois que a gente tem filho só existe uma tarefa pra fazer: cuidar deles. O que está mais perto do amor de pai e de mãe é ódio de pai e de mãe. Que graça tem meu boteco prosperar se faltar alegria dentro da minha casa? Segue o fio da amargura das pessoas pra ver onde ele vai parar: esbarra no pai e na mãe. Não tou falando que bondade de pai e mãe acaba com o sofrimento das pessoas, não (...).
Eu só quero dizer que se a gente esforçar com decência, parar de pensar na gente, pra incomodar mais com estes que nós pusemos no mundo, eles vão dar conta de sofrer sem perder a esperança.”
6 comentários:
sábia adélia
Perfeito! Não precisa nem de comentário. bjos
Paloma e Isa
que lindo!
ótimo texto!
beijos
Adélia é divina! Qual o nome desse poema? De qual livro?
Beijo
Mari
Gente, que bom que vcs compartilham da minha admiração... mas foi péééssimo não ter citado a fonte direitinho!! Vou fazer uma correção agorinha. Thanks, beijos!
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