Cobras e furinhos
Fizeram um terrorismo quando eu engravidei.
- Cuidado com as estrias!!!
Era quase automático, como dizer “obrigada” e o outro responder “de nada”.
- Tô grávida.
- Cuidado com as estrias!
Para encurtar a história: usei, até o oitavo mês, um creme “anti-estrias” manipulado, receitado pelo meu obstetra já na primeira consulta do pré-natal. Fiquei tranqüila e hidratada. No final da gestação, por conta de um problema na unha, fui à dermatologista. Qual não foi minha surpresa quando ela disse:
- Esse creme anti-estrias que você está usando é um ótimo hidratante, mas de anti-estrias não tem nada!
Tive pesadelos com milhares de cobrinhas brancas subindo pelas minhas coxas. Diacho, tinha usado o creme errado! Por que não fui à dermatologista no início da gravidez?
Bom, porque no início da gravidez a gente tem coisa mais importante para pensar. O bebê, por exemplo. É muita novidade.
Não consegui evitar algumas cobrinhas. Não virei um Butantan de jeans e All Star, mas passei a colecionar mais esse mimo - entre tantos outros privilégios exclusivamente femininos.
Olha, não é dos piores males. Quando se chega à beira dos 30, falhas no design são perfeitamente negociáveis.
“Troco dois furinhos de celulite por meia-dúzia de cobrinhas, fácil, fácil. Única dona, ótimo estado.”
Meus furinhos estão doidos para migrar para outras bundas.
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